Plástico de engenharia: conheça o substituto dos metais industriais

Plástico de engenharia: conheça o substituto dos metais industriais

O plástico de engenharia é uma das principais inovações da indústria de transformação plástica. Devido à sua grande resistência, o material substitui o metal em diversas aplicações e vem sendo utilizado principalmente na produção automotiva, em diversas peças externas, internas ou nas chamadas under-the-hood (sob o capô).
As peças externas geralmente são responsáveis por garantir a segurança e a beleza do veículo, além de sinalização. Já as internas voltadas ao conforto e à estabilidade a ruídos, entre outros. A aplicação under-the-hood, por sua vez, garante estabilidade térmica e acústica.
Comparado ao metal, o plástico de engenharia é mais leve. Por este motivo, o uso automotivo tende a crescer ainda mais, já que as montadoras precisam atender a metas de eficiência energética previstas pelo programa Rota 2030. Veículos mais leves, com maior uso de plástico, consomem menos combustíveis. 
Existem outras aplicações para o material na indústria nacional, além de boas perspectivas no mercado internacional. Continue a leitura deste artigo para conhecer melhor o plástico de engenharia e suas diversas utilizações.

Saiba o que é o plástico de engenharia

O plástico de engenharia é um material com performance diferenciada, que garante maior resistência em relação a alguns fatores, como tração, temperatura, ação mecânica ou contato com agentes químicos.
Entre os plásticos de engenharia de uso geral, podemos citar:

  • polietileno de ultra-alto peso molecular (PEUAPM);
  • poliamidas em geral (PA);
  • polióxido de metileno e poliacetal (POM)
  • policarbonato (PC);
  • polióxido de fenileno (PPO);
  • polietileno tereftalato (PET);
  • polibutadieno tereftalato (PBT).

Os plásticos de engenharia para usos específicos destinam-se a aplicações que exigem alto desempenho, como resistência ao atrito ou esforço mecânico, à ação de agentes químicos, principalmente à corrosão, variações climáticas ou alta temperatura. Alguns exemplos deles são:

  • politetrafluoroetileno (PTFE), mais conhecido por seu nome comercial Teflon;
  • polímeros cristais líquidos (LCP);
  • poliimida (PI);
  • poliamida-imida (PAI);
  • polieterimida (PEI);
  • poliétercetona (PEK) e poliéter-éter-cetona (PEEK);
  • polifenilsulfona (PPSU);
  • polisulfona (PSU);
  • polietersulfona (PES);
  • poliftalamida (PPA).

Conheça os usos do plástico de engenharia

A indústria automotiva é a principal usuária do plástico de engenharia. Atualmente, os plásticos respondem por cerca de 10% do peso total de um automóvel. Mais leves, os veículos ganham a chamada eficiência energética. Ou seja, consomem menos combustíveis e, com isso, reduzem as emissões de gases poluentes.
O uso do material não se restringe aos veículos leves. Ônibus, caminhões e máquinas agrícolas também já estão sendo produzidos com itens plásticos, que são utilizados em peças como para-choques, painéis, calotas (produzidas em polipropileno), entre outros. Confira os principais usos:

  • termostatos, carcaças de bomba d’água e galeria de injeção usam PPA;
  • lentes dos faróis, em policarbonato;
  • reservatório e tanque de combustível, fabricados em PEAD;
  • maçanetas, componentes dos bicos injetores e limpadores de para-brisa, produzidos em PBT;
  • tampas de comando de válvulas, componentes do espelho retrovisor, tubos de freio e componentes do airbag feitos a partir de PA.

Para uso dos plásticos pela indústria automotiva, a injeção é o principal método, além do sopro e da extrusão. Além disso, a impressão 3D também já começa a ser usada na fabricação de peças e componentes veiculares.
Embora a indústria automobilística seja um dos mais promissores mercados dos plásticos de engenharia, outros segmentos também já estão utilizando essa inovação da indústria plástica. Entre eles estão a produção aeronáutica e aeroespacial, as máquinas agrícolas, a indústria eletroeletrônica, a construção civil, entre outros.
A indústria eletroeletrônica também já representa um mercado importante para o setor de plásticos de engenharia. O material está presente em diversos itens, como eletrodomésticos e equipamentos de computadores e celulares. As aplicações mais sofisticadas são aquelas que exigem maior resistência do material, como no caso de disjuntores, que demandam resistência térmica, ou de componentes miniaturizados. 
Até na área da medicina esse novo conceito vem sendo utilizado com excelentes resultados. Suas aplicações no setor são diversas, como em próteses de ossos ou, mesmo, de membros, produzidas em poliamidas e acrílico, ou em equipamentos para análises clínicas.

Entenda o mercado potencial do plástico de engenharia

Como é um material versátil e adequado para uma infinidade de possibilidades de utilização, o plástico de engenharia é um produto com grande potencial de consumo. Porém, o grande desafio das empresas que fabricam esse material ainda é o custo de produção.
O plástico de engenharia nacional tem grande qualidade, mas, para que as indústrias de transformação consigam comercializar o produto no mercado internacional, é preciso competir com grandes fornecedores, como os Estados Unidos e a China. Nesse aspecto, o custo de produção ainda é uma barreira.
A alta do petróleo e a variação cambial são preocupações do setor, uma vez que são elementos que contribuem para o aumento dos insumos. Em 2017, o mercado de plásticos de engenharia teve um crescimento de 1,9%. Embora baixo, este resultado sinaliza que o setor está em recuperação, após cerca de três anos de perdas.
Para 2018, um levantamento da consultoria Maxiquim indica que o faturamento do setor deve alcançar R$ 2,841 bilhões, o que representa um crescimento de 9,4% na comparação com 2017. O consumo de matérias-primas, conforme a consultoria, também deve crescer.
Em 2017, o aumento do uso de matérias-primas foi de 23,2%, totalizando 196 mil toneladas, e, para 2018, a projeção é de 205 mil toneladas. A principal razão desse aumento e da retomada do mercado foi a recuperação da indústria automotiva, que desde o ano passado também já começou a ganhar novo fôlego. 

Confira os benefícios ambientais

Uma grande vantagem do uso de plásticos na indústria é o seu grande potencial de reciclagem, o que faz com que os resíduos se transformem em novas matérias-primas e ganhem um novo ciclo de vida.
Ao reciclarmos os materiais plásticos, os resíduos deixam de ser descartados na natureza ou mesmo em aterros sanitários e se transformam em insumos industriais. Além disso, a reciclagem do produto gera renda a milhares de pessoas que atuam como coletores de resíduos.
O plástico reciclado é reaproveitado por diversas indústrias, além das já citadas neste artigo. Utensílios domésticos, brinquedos e até tecidos são produzidos a partir de materiais plásticos reciclados.
Vale lembrar que, após a reciclagem, o plástico pode se manter próximo de suas características originais. No entanto, para isso, é necessário realizar uma separação rigorosa dos materiais, antes do encaminhamento para a reciclagem propriamente dita.
O controle de qualidade dos resíduos e dos processos adotados pela indústria de transformação plástica é fundamental para a garantia das características do produto final e o sucesso de suas aplicações. 
Economia e sustentabilidade são alguns dos benefícios do uso de materiais plásticos pela indústria. Uma grande variedade de produtos utilizados diariamente por milhares de pessoas utiliza o plástico como matéria-prima. Até mesmo os plásticos de engenharia, considerados produtos de alto desempenho, estão presentes em nosso cotidiano, em itens como aparelhos celulares ou panelas com revestimento antiaderente (Teflon), além dos automóveis. 
Agora que você já conhece melhor o segmento de plásticos de engenharia, continue a visita em nossa página e fique por dentro de todas as tendências da indústria de transformação plástica.

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